quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Me deixa falar palavrão, porra!



Sabe o que é mais legal sobre palavrão? Ele é totalmente versátil. Serve para aqueles momentos que você tá totalmente fudido, mas serve também para momentos de alegria, de surpresa, ou mesmo para se referir a alguém por quem você nutre grande consideração.
Palavrão é bom porque não oprime. É justamente aquilo que você precisa dizer no momento. Você fala quando a porra tá séria ou quando tá muito boa. Normalmente em extremos. Aí o palavrão flui e leva junto grande parte das coisas ruins, ou te deixa aproveitar mais o gostinho da alegria.
Uma vez eu tinha uns 10 anos e disse que achava meu pai foda. Aí me xingaram. Disseram que "foda" era um palavrão muito vulgar, que significava outra coisa. Na época achei aquilo estranho, fiquei meio chateada mas eu continuei usando. Importava o significado que davam? Era a única palavra que eu encontrava pra descrevê-lo. Não tinha outra. Foda era uma coisa realmente FODA!!!! Hoje eu percebo que a maldade tava na cabeça da ouvinte em questão, e não minha.
Foi então que saquei que na maior parte das vezes é isso. Muita gente usa o palavrão sem a "maldade" da palavra. Aí quem ouve se assusta. Tem gente que adora ver chifre em cabeça de cavalo! (E o chifre tá dentro da cabecinha dessa gente!)
E pior que aquele discurso moralmente falido, é aquela máxima: "Mulher não pode falar palavrão, fica feio". Fica feio pra mulher, mas não fica pra homem? Qual a diferença mesmo? Podia usar até o discurso moralmente falido, ou podia me falar que fica feio pra qualquer um, tem gente que acredita nisso desde criança. Mas usar de sexismo é o cúmulo, gente.
Falar palavrão faz bem pra gente. Quando você caiu no meio da rua lotada, você não disse "caralho" pensando em um pênis. Aposto que não. Palavrão virou modo de expressão. E passou a fazer parte da nossa cultura. Quando chamam juiz de "filho da puta" não querem agredir a pobre mãezinha do dito cujo. Ela não tem nada a ver com a roubalheira descarada do filho a favor do time adversário. Na verdade, todo mundo quer mesmo é que ele se ferre!
No final, a questão do palavrão acaba dizendo muito sobre aquela nossa mania chata de complicar o que é simples demais. Que tal tentar se "libertar" desses moralismos? Pode te fazer bem. (Como fez pra mim descrever meu pai com a palavra "foda", ou gritar "caralho" quando meu irmão passou no vestibular).
Acho que é por isso que futebol é tão bom pros torcedores. É no estádio que você grita tudo que tá com vontade e alcança a impressionante marca de 98 palavrões por minuto.
Pra encerrar mais um post de divagações deixo aqui uma frase que alguns chamariam de "clichê", da Dercy Gonçalves, um verdadeiro "símbolo" pra aqueles que não ligam de falar um bom palavrão quando querem e sentem necessidade.

"Porra?! As pessoas acham que 'porra' é palavrão. Mas não é! Eu, você, todo mundo veio da porra, porra! Palavrão é 'fome', palavrão é 'pedágio', palavrão é 'imposto'..."

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