domingo, 23 de setembro de 2012

MMA e o aplauso para a violência



Comecei a perceber que todo mundo estava amando MMA quando o Sonnen começou a provocar o Anderson Silva. A galera ficou putinha por causa disso. E como minha cabecinha não me dá descanso,  não parei de refletir sobre duas coisas. A primeira é relacionada ao marketing. Desde o início eu tinha certeza que se tratava de pura publicidade, que buscava atrair as pessoas usando daquele nacionalismo tosco brasileiro. Aquele mesmo que só aparece na copa ou quando um maldito gringo resolve falar mal do Brasil. Achei que era isso quando vi a entrevista da namorada do Sonnen. Tive certeza quando soube do final da luta. Mas na questão da publicidade nem vou entrar: muito assunto pra um post só.
A segunda coisa que não saia da minha cabeça era a seguinte: UFC é uma forma de legitimar a violência? É a sociedade aplaudindo a agressão? E pior, comprando isso?
Continuei pensando nisso, acompanhando os debates e vendo que a febre do MMA só crescia. E comecei a me perguntar porque tanta gente gostava. Passei a acreditar ainda mais no poder incrível dessa ingrata  publicidade.
A primeira coisa que precisa ser dita, e é incontestável, é que o MMA é o incentivo claro a violência e a vingança. Sim meus caros patrícios, vingança mesmo. Na maior parte das vezes, é o que chama o povo a ver a luta. Não deixa de acontecer dentro do ringue, mas cria uma ideia muito clara para os espectadores do esporte: "Não deixem as ofensas para lá." Sonnen falou mal do Brasil e da esposa do Anderson. Silva rebateu dizendo que ia quebrá-lo. Ele venceu a luta e no final, como se nada tivesse acontecido, chamou o adversário pra um churrasco. As pazes foram feitas, mas a mensagem central transmitida continuou. Anderson Silva não engoliu o desaforo e acabou com o Sonnen na luta. Venceu. E você, meu caro leitor, faça o mesmo com o próximo que te humilhar. Mas faça do jeito violento. Lute e depois convide-o para um churrasco na sua casa.
Discutindo isso com algumas pessoas, me disseram que o MMA tem toda uma segurança médica e que a ideia é vencer, e não matar o adversário. Então a ideia do MMA é vender uma violência legitimada sobre uma nova  desculpa. É a venda para um público jovem uma violência mais velada. Como vivemos no mundo do politicamente correto, ninguém pode machucar muito. Vamos manter lutadores vivos e preparados sempre, pra continuar vendendo violência romana sobre outra roupagem.
Outra falácia típica de quem defende o esporte é falar de novelas, filmes e de quinhentas mil coisas que divulgam e vendem a violência tanto quanto o MMA. Mas gato, o fato de uma novela divulgar a violência anula o MMA? Argumento inválido. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. (Mas é evidente que devemos olhar com atenção pra tudo).
MMA é banalização da violência. O que me faz perguntar se a gente vive em um mundo que banaliza tudo. (Já escrevi sobre assunto semelhante - invasão de privacidade - aqui)
As pessoas reclamam da violência da rotina, mas pagam por ela. Acham o absurdo quando são vítimas da violência, mas adoram assisti-la e comprá-las no conforto das próprias casas. É uma grande hipocrisia.
Eu estava me segurando pra fazer esse post, afinal é um assunto muito recente. MMA é novo aqui no Brasil. Vamos analisar aquilo que estamos comprando. Com tanta coisa acontecendo, é difícil parar. Perdemos o parâmetro do que é certo ou do que é errado. Pode ser clichê, mas parece um dos grandes paradoxos dessa ingrata Globalização.

5 comentários:

Anônimo disse...

O MMA transmite apenas a violência. E isso que fica evidenciado quando, por exemplo, uma criança tenta reproduzir golpes feitos pelos competidores. Mas é claro que a mídia não liga pra isso. Afinal, vivemos no capitalismo.
https://www.facebook.com/mateeuz

Unknown disse...

Uma dica: quando for dissertar sobre um assunto sobre o qual você ignora totalmente, procure aprender um pouco sobre ele.
É impossível ler 3 linhas consecutivas desse texto sem encontrar mentiras/erros/ignorâncias ou pura e simplesmente um achismo barato transformado em verdade absoluta.
Desprezível.

Unknown disse...

Aponte os erros e saia do anônimo. Se você conseguir refutar, não vejo problemas em ser humilde e aceitar que errei. Será que pode fazer isso ou vai ficar só no "desprezível"? :)

Blog do Ivan disse...

Uma ex namorada minha vivia com problemas de depressão, era muito emotiva e chorava por motivos banais. Tudo mudou a partir do momento em que começou a praticar MMA. Se tornou uma pessoa mais auto confiante, segura a depressão sumiu, e nem por isso ela se tornou uma pessoa violenta ou um ser humano pior. Muito pelo contrário.
João é lutador de MMA e ex presidiário. Encontrou no esporte um refúgio e uma forma de se manter afastado do crime, servindo hoje de ganha pão, seu e da sua família. “Apesar do MMA ser um esporte violento, nem por isso eu me tornei uma pessoa violenta, nem os meus filhos, todos praticantes de MMA”, afirma.
Tiago Silva, famoso lutador do UFC, teve uma história triste. Salvo engano, já morou na rua, foi usuário de drogas e foi uma criança muito problemática, com graves problemas familiares. Eis que o MMA surgiu em sua pobre vida, e mudou completamente sua história.
A academia “MMA na Veia”, cravada no morro do alemão é hoje frequentada por 200 garotos que antes não tinham nenhuma perspectiva de nada. Talvez nenhum se torne um Tiago Silva, mas uma coisa é certa: a possibilidade dessas crianças se manterem afastadas do crime a partir do momento em que o MMA entrou em suas vidas será muito maior. Sem contar que todas se tornarão pessoas mais disciplinadas, educadas e respeitosas, pois o MMA também ensina isso. Nunca tive notícia de nenhuma escola de luta que pregasse a falta de respeito ou a indisciplina, pelo contrário.
Esses são apenas alguns bons exemplos do que o MMA pode fazer na vida das pessoas. Assim como esses casos citados, existem outros milhares pelo Brasil a fora em que as histórias não são muito diferentes.
A maior parte das radicalizações e generalizações é burra. Você infelizmente cai neste grave erro ao utilizar como principal fundamento para a defesa do seu ponto de vista, a briguinha particular extra luta real, entre Anderson Silva e Shael Sonnen e utilizá-la para endemoniar todo o esporte.
Pense nos milhares de bons exemplos como os que citei. O caso Anderson x Sonnen é apenas um, o que não reflete a realidade, que é bem menos cruel, ou melhor, não tem nada de cruel. Saiba que aquilo tudo era jogo de marketing, incentivado pelos cartolas do esporte e a mídia. Na academia onde aprenderam a lutar, tenha a certeza que aquilo nunca foi ensinado a eles.
MMA é apenas mais um esporte violento, assim como o boxe (mais violento que o MMA), o Karatê ou o Tae Kwon Do, o Judô e que os seus praticantes não se tornam pessoas violentas por esse motivo.

De acordo com a sua lógica, quando você afirma que MMA representa a venda da violência, então o que ocorre em qualquer academia de qualquer outro tipo de luta não seria diferente. Só por esse motivo, você dei xaria de matricular o seu filho numa academia de Karatê? Não vejo porque deixarmos de nos guiar pelos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. Temos trocentos problemas em nossa sociedade necessitando de uma solução urgente, e esse não representa um. Representa um dos meios para se chegar à solução dos problemas.










Anônimo disse...

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